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Artigo de Opinião de Benvindo Leitão



Nova Sintra Património Nacional e Brava Capital da Cultura



No dia 18 de Outubro, aniversário de nascimento do poeta, escritor e compositor Eugénio Tavares, a cidade de Nova Sintra na ilha Brava foi nomeada pelo Governo de Cabo Verde  “Património Nacional e Capital da Cultura”.

Foi a primeira  cidade caboverdiana a ter essa nomeação.

Que significa ser nomeado  “Patrimonio Nacional da Cultura”?  Quais são as obrigações ou quais as consequências advindas desta nomeação? Qual é o impacto para a vida dos nova sintrenses e da Brava em geral?

Procuraremos responder o melhor que possamos a estas impertinentes perguntas que inevitavelmente surgirão após a nomeação da cidade Nova Sintra como Património Nacional e Capital da Cultura.

Este acontecimento é sem dúvida uma honra e um previlégio, porém, da nossa parte, como nova sintrenses e bravenses, vamos ter que corresponder com a nossa ação a este  honroso reconhecimento.

Que  significa a palavra “Património”?  A palavra património, segundo o dicionário, significa “herança de alguém” …. A herança  cultural que  recebemos dos nossos antepassados, ou seja: o nosso ”modus vivendi”, os nossos valores familiares e sociais, as nossas festas e a maneira como as celebramos, o nosso modo de falar, a nossa música, o nosso alimento e a maneira como o preparamos e o confeccionamos.

Fazem  também parte desse “Patrimómio” os inúmeros sobrados espalhados, não só pela cidade de Nova Sintra, mas por toda a ilha, e a construção típica das nossas casas que tanto nos identifica.    
     
A nossa  cultura com todas as suas semelhanças e diferenças é uma herança dos nossos antepassados e que é hoje reconhecido nacionalmente. Ela faz parte integral da cultura nacional.
  
Vejamos agora o que segnifica ser nomeado “Património Nacional da Cultura”. Ele poderá significar, e significará com certeza, uma maior responsabilidade da nossa parte como nova sintrenses e bravenses na vivência e na manifestação da nossa vida perante as outras comunidades. Poderá significar, igualmente, que durante este ano, mais do que nunca, tenhamos que tornar mais visíveis todos esses valores culturais que são parte da  nossa vida no dia a dia. Os reponsáveis, e não só, haverão de organizar eventos que integrarão  esses nossos valores dentro de um contexto  nacional. Para  nós,  que vivemos na diáspora e longe do torrão que nos viu nascer, este ano será uma oportunidade para o visitarmos e reviver alí, junto com os nossos irmãos, tudo aquilo que aprendemos e vivemos durante o tempo que lá passámos.

Aproveitemos esta oportunidade única que nos deram para demostrarmos a riqueza da nossa cultura. Tudo o que faz parte da nossa vida e que nos faz diferentes, na maneira de falar, no modo de celebrar as nossas festas, nas cantigas que cantamos e dançamos, nas histórias que contámos, tudo isso contribui para o engrandecimento da cultura caboverdiana. É na diversidade da maneira como vivemos que está a riqueza cultural dum povo.

Vamos  procurar,  durante este ano, manter contacto com todos vós,(...) e compartilhar convosco a nossa história e a vivência do nosso povo. Tudo  isto  ajudar-nos-á a celebrar mais conscientemente este honroso reconhecimento.

Nas próximas intervenções iremos responder às perguntas: “Porque a Nova Sintra”? Porque a Ilha Brava?  Porque Agora? Tenham uma boa noite……….

Por: Benvindo Leitão

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