Brava comemora o Dia do Professor com diversas atividades

Dia 23 de Abril é o Dia do Professor Cabo-Verdiano e várias atividades dão corpo à data que, por tradição, tem reunido vários profissionais de Educação na Ilha Brava em prol da causa. 

Para além das atividades desportivas que iniciaram ontem, dia 15, e se prolongam até o dia 26, a Comissão de Cultura e Feira da Educação tem a responsabilidade de realização de uma tarde diferente entre os agentes educativos, no dia 22, a partir das 15 horas, contemplando as seguintes vertentes: 

• Música: «Todo o Professor Canta»
• Feira de gastronomia: «Exposição de pratos típicos da Ilha Brava»
• Exposição de espólios da Educação: «A Educação na esquina do tempo», com imagens, registos orais e escritos, utensílios/materiais didáticos e escolares utilizados ao longo dos tempos.
• Oficina: «O testemunho das gerações», com sessões organizadas de comunicação de relatos orais, lideradas por professores de várias gerações, espelhando suas vivências e experiências. A Geração da Era Colonial, a Geração dos Primórdios da Independência Nacional e a Geração das Reformas Modernas. 
• Desfile de trajes, espelhando a dinâmica e o colorido da exposição «A Educação na Esquina do Tempo» e da oficina «O testemunho das gerações», utilizando para o efeito uniformes, batinas, indumentárias e vestes ao longos dos tempos, focando a temática Educação.

Justificação das atividades emitidas pela Organização

Todos os anos o Setor da Educação na Brava tem canalizado todo o seu esforço no sentido de assinalar a data com uma comemoração condigna. Decidiu-se, este ano, incorporar no programa comemorativo uma forte componente cultural, respondendo, assim, ao repto lançado pela Equipa de Liderança, para além de a Brava ser detentora de uma rica história, construída ao longo dos tempos, por várias gerações dos seus filhos. 

Assim, a Educação quer estar implicado no desenvolvimento cultural das gerações que passam findamentalmente por uma mudança de mentalidade e formação das novas gerações no fomento a valores culturais, mas, também, pelo seu percurso na edificação da história da Brava: 

• Pela posição que ocupou na formação da elite intelectual local e nacional nos de 1800 e princípios de 1900, contribuído com um grande número de funcionários públicos para os quadros da Província e para a emigração para os Estados Unidos da América, tendo-se distinguido como uma Ilha de Poetas e escritores da Morna e da saudade; produzido homens de letras, como Guilherme Dantas, Joaquim Maria Augusto Barreto, Christiano José de Senna Barcellos, Maria Luiza de Senna BArcellos Ferro, Luiz Loff de Vasconcellos, José Bernardo Alfama, Eugénio de Paula Tavares, João José Nunes e tantos outros.
• Por ter tido Eugénio Tavares como figura cimeira da vida cultural, política e social de Cabo Verde entre 1890 e 1930, tendo, durante essas três décadas, dominado em todas as áreas da cultura da comunidade bravense, como maior intérprete até aos nossos dias.
• Pela grande influência e rica experiência que recebeu das instituições religiosas, quer aquando da instituição da primeira Igreja do Nazareno em Cabo Verde, por intermédio do Reverendo João José Dias, a partir de 1901 quer aquando da chegada dos primeiros padres franciscanos capuchinhos (Padre Cassiano, Padre Fidelis, Padre Corrado) em 1947, ambas com a missão de evangelizar, mas ancorada na grande atenção à Educação.
• Pelo seu posicionamento e contributo nos primódios da Independência Nacional, como «ilha mais pequena e a mais distante do centro de tomada de decisões» no contexto de então.
• Como «referência para o País» no contexto das modernas reformas educativas (as conquistas, as lutas travadas para as conseguir, as forças envolvidas no seu alcance, a relação com a história no tempo).

O evento vai ser realizado na Escola Senna Barcellos, um dos edifícios mais emblemáticos da Brava e um dos mais imponentes patrimónios arquitetónicos da Educação. 

No dia 23, haverá uma alvorada a partir das 5:30 e uma marcha ao Miradouro a partir das 14 horas.