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A mais antiga morna "Brada Maria"

A morna “Brada-Maria”, considerada a primeira morna de Cabo Verde (gravado no segundo disco do Vuca Pinheiro), não tem autor conhecido. Porém, Eugénio Tavares, ao verificar que a morna ía-se perdendo no tempo em termos líricos, compilou e remodelou a letra que hoje se conhece (dentro do mesmo espírito original). Por isso se escreve que a autoria é de Eugénio Tavares, porém com essa ressalva. Vuca Pinheiro
(Link: Assuntos Culturais: Letras e Cifras de Cabo Verde-Humberto Ramos)


              Segundo Nhô Eugénio, como era conhecido Eugénio tavares (1867 -1930), a morna Brada-Maria, originária da Boa Vista, seria a morna conhecida mais antiga do Arquipélago. Conta a história de uma jovem "desviada dos seus deveres" que, após ter sido abandonada, grita a sua dor pelos desvãos da madrugada. Um velho sacristão recolhe-a, chora com ela, e depois a conduz ao lar, onde é recebida de braços abertos pela mãe (in Percursos pela África e por Macau, de Benilde Justo Lacorte Caniato).


Introdução: Am E7 Am A7 Dm Am E7 Am
Bradei a Deus na no
ite escura e f
ria
Na noite horr
ível da m
inha 
ago
nia
E Deus ouvi
u-me lá dos ceus sem  
luz
Como ouv
ira a Mar
ia aos p
és da cr
uz
Bradei na so
mbra meu perdido 
am
or
Sentí san
grar meu coração de dor
E erguendo a v
oz, em pranto parecia
Que era u
ma estrela mo
rta 
q
ue 
g
emia
Eu era  
uma avezinha al
egre e pu
ra
Vivendo d
o gorgeio e  
da 
ter
nura
Um dia viu
-me um tredo caç
ador
Roub
ou-me a l
uz e deu-me em t
roca a d
or
Deixou-me a  
dor de o ter  
e de o pe
rder
Deixou-me a  
dor de não pod
er 
morr
er
Crucifi
cada nesta esperança em  
flor
De ai
nda 
recob
rar o s
eu 
am
or
Sorveu num be
ijo toda a m
inha 
vi
da
E de
ixou-me 
ca
ida e esmae
cida
Depois abando
nou-me só na est
rada
Mor
ta como uma est
rela 
j
á 
apa
gada
Então bra
dei a minha m
ágoa 
inf
inda
Até romp
er no céu a au
rora 
Li
nda
E a mi
nha ……… lágrima per
dida
Rol
ou e se su
miu no  
pó sem v
ida
Se vís
seis 
caçado
res sem bon
dade
Que o aban
dono é como a  
luz na orfan
dade
Jamais desn
inhareis 
passar
inhos
Para o
lanç
ar à lama  
dos 
cam
inhos




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