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Nasce o Grupo Coral Jorge Barbosa

São cerca de 50 talentos, entre jovens e adolescentes, que integram o Grupo Coral Jorge Barbosa. Um coral que já faz furor no meio artístico mindelense, devido ao seu canto, que toca a alma dos amantes e apreciadores da boa música.
Foi no ano lectivo 2008/2009 que Valério Miranda, professor de informática, com experiência em regência musical, aceitou o desafio da direc¬ção da Escola Secundária Jorge Barbosa (ESJB) para criar um grupo coral. Um convite que partiu de alguma experiência que Valério já tinha, por ter participado em coros de igreja, desde pequeno, e também por ter, no ano lectivo anterior, implementado um projecto idêntico com alunos do Liceu Ludgero Lima.

“Nos currículos das escolas secundárias não há ainda uma disciplina onde se ensine somente música, por isso tivemos que improvisar. Sou professor de informática, mas também ensino música, o que, para mim, significa o ouro sobre o azul”, confessa satisfeito esse professor, de 30 anos.
A satisfação tornou-se maior ao ver o carinho que o projecto recebeu dos estudantes da Jorge Barbosa. “Arrancámos com cerca de 30 elementos, hoje so¬mos 50. Para se ter uma ideia, todos os anos, fazemos castings, para entrada de elementos novos, este ano tivemos 70 inscrições para apenas 15 vagas”.
Não obstante o sucesso, o maestro e director do grupo afirma que o objectivo nunca foi o mundo do espectáculo, embora isso venha como consequência do trabalho feito da melhor forma. “Sempre quisemos ensinar música, vertente teórica e prática, passar valores e educar. Entretanto as pessoas gostam do nosso trabalho, daí surgirem os convites para participarmos em actividades diversas”, explica Valério Miranda.
DESPONTAR DE TALENTOS
Entretanto, apesar desse olhar mais profissional, isso não impede que Valério Miranda se sinta orgulhoso de fa¬zer despontar talentos, como alguns que já passaram pelo grupo, nomeadamente, Yannick Martins, participante do concurso Estrela Pop (TCV), o jovem tecladista Khaly Angel, Yara Azevedo, do grupo de teatro Trupe Pará Moss, e outros que ainda permanecem no coral. Dentre estes últimos, encontra-se Lenízia Fortes, uma sanicolauense de apenas 16 anos, que estuda o 11º ano, mas está no Grupo Coral Jorge Barbosa desde o sétimo ano.
Dona de uma grande voz, Lenízia foi descoberta e convidada pelo próprio maestro a entrar no coro, mas já demonstra ser uma bela aposta, visto que conseguiu, em 2010, arrecadar o primeiro lugar dos Pequenos Cantores, no Mindelo, em representação da ESJB, classificando-se em segundo lugar no concurso a nível nacional.
“Eu já participava de coros da igreja em São Nicolau, mas, desde que entrei para aqui, evoluí muito, aprendi muito mais do que já sabia, ainda mais porque sinto-me como se estivesse em família”, confessa Lenízia, que pretende aproveitar a oportunidade que os participantes têm de permanecer no grupo mesmo após termi narem os estudos secundários.
Com muito menos tempo no coro, cerca de seis meses, porém com o mesmo entusiasmo, está Patrick Gonçalves. Este outro jovem, 16 anos, decidiu participar nos últimos castings por curiosidade, acabando por ser um dos selecionados. Desde então, tem aproveitado para colocar em prática o que já aprendeu nas aulas, como colocação de voz, enfrentar o público, gerir o tempo, mas, acima de tudo, sente-se privilegiado em fazer parte dessa equipa, já que como diz a “primeira coisa que vem à cabeça das pessoas quando pensam na escola Jorge Barbosa e no grupo coral”.
VERSATILIDADE
Além da parte de canto, o coro mantém uma vertente instrumental, composta por elementos que tocam ao violão, baixo, percussão e, ainda, o diferencial do grupo, os violinos. Instrumentos que Valério Miranda decidiu introduzir, por insistência de alguns dos alunos. No entanto, depois de um tempo de teste, agora os resultados estão à vista de todos, inclusive já surgem convites para apresentações só com o grupo de violinos.
Melanie Pasquinha, uma das violinistas, já tinha algumas noções básicas antes de ingressar no grupo, visto ter aprendido com um professor italiano, que dava aulas desse instrumento na Jorge Barbosa. Agora, no Grupo Coral, acredita ter progredido muito mais e aposta em algo que admite poder ser-lhe útil no futuro.
“Além de ser um privilégio, a minha participação é mais um elemento de peso para o meu currículo, isto é, fazer parte de um grupo coral onde posso obter várias noções de música, tanto práticas como teóricas”, salienta a jovem, de 17 anos.
No meio de tantos ensinamentos, conforme exalta Valério Miranda, ainda resta tempo para fazer os alunos gostarem mais da música tradicional cabo-verdiana, um dos enfoques do grupo. A isso junta-se, também, o hábito de interpretar canções em diversas outras línguas, designadamente, português, francês, inglês, latim, italiano e, até, em dialectos do Amazonas e do Mali.

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