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Feira da Educação e Cultura

Vivências daqueles que foram professores antes da independênciaAconteceu na tarde de ontem, 22 de Abril, uma Feira da Educação e Cultura no pátio da Escola Senna Barcellos "Escolona". A tarde estava recheada com diferentes testemunhos de professores que trabalharam antes da independência de Cabo Verde, como os professores ora aposentados: Salvador Silva, João de Cândia e Nhô di Lapa. Cada um soube descrever a sua vivência enquanto professor naquela época de muitas labutas, sacrífícios e salário de «miséria». Onde tinham que percorrer quilómetros e mais quilómetros a pé até a escola onde lecionavam. 

Conforme o testemunho de Salvador, o seu primeiro ano de trabalho na Brava, vindo do Fogo, em 1972, foi na Escola da Furna. Para chegar a Vila era a pé. Algumas vezes apanhava uma boleia no «mar azul» - um camião Bedford que levava mais de duas horas para chegar a Vila.
A profissão/educação - após 1975
A 2ª mesa composta pelos professores Edith Silva, João Baptista e Adelina Duarte da Geração dos Primórdios da Independência testemunharam também as suas vivências. Para além de muitos sacrifícios a que se sujeitavam, não recebiam os três meses em que não leciovam porque os alunos encontravam-se em férias: meses de Junho, Julho e Agosto. Para o sustento da família e porque tinham filhos menores sob seus amparos, ela fazia bolos e vendia. Disse que Francisco Pinto Coelho, seu colega de então chegou a fazer sementeira e tocava alguns bailes para pdoer ter algum dinheiro. De acordo com o testemunho de Dona Edith, no período de transição no ano da Independência, os professores não receberam seus ordenados por vários meses. 

A 3ª mesa composta pelos professores Jorge Reverdes, Cristiano Pereira - professores da era moderna - também falavaram das reformas educativas, dos progressos conseguidos com a implementação do Instituto Pedagógico - Escola de Formação de Professores. 

«A Educação da Esquina do Tempo» esteve marcado de desfiles de trajes, retratando as várias épocas da vida do professor.

Após a sessão de testemunhos, os presentes foram convidados a se dirigirem à sala de exposição de espólios da Educação, onde estavam expostas diversas imagens, livros e documentos, palmatórias utilizadas como materiais didáticos e de castigo, entre outros. 

Não podia faltar a música no conjunto da forte componente cultural. 
Samuel Santiago e o grupo Nôs Manera fizeram a abertura do evento com várias canções tradicionais cabo-verdianas. 

Para fechar, deu lugar ao «Todo o Professor Canta» em que entoaram belas canções os professores Henrique Coelho (professor da Cachaço), Benvinda Burgo (professora na Escola Senna Barcelos), Eugénia Lomba (professora na Escola Manuel Rodrigues), António Mendes (professor na Escola de Nossa Senhora do monte, Fernanda Burgo (atual vereadora do Pelouro da Cultura), Jaquelina (monitora do Jardim de Lomba Tantum), Arlete Monteiro (Professora do Liceu) e Ti Djony (Professor do Liceu que acompanhou Arlete na canção «Passeio Samba»). 

Contamos vir a aceder às fotos desses momentos e apresentar aos nossos caros leitores!

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