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Festeja-se o dia do Professor na Brava com recurso aos factos históricos da Educação

A primeira Escola Adventista de Cabo Verde


Fachada da Igreja Adventista da Ilha Brava, em Nossa
Senhora do Monte, e a Escola Adventista funcionava
na parte de trás, num salão construído para esse fim e outras
atividades sociais.
A Igreja Adventista do 7º Dia chegou a Cabo Verde, pela Brava, no ano de 1935, por intermédio de um emigrante radicado nos Estados Unidos da América, Manuel Branco, conhecido por Nhô Mané Branco, irmão de Carolina Gomes (Nha Bia Nha Ieia). Antes de ser construída a primeira Igreja Adventista do 7º Dia de Cabo Verde, Manuel Branco e os fiéis reuniam-se numa casinha, no mesmo local em que foi erigida a igreja. 

Presume-se que a Escola Adventista, instalada num salão da própria igreja em Nossa Senhora do Monte, terá começado a funcionar por essa mesma altura, não se sabe, ao certo, a data precisa. Uma das primeiras professoras que leccionou nessa escola foi a Dona Maria José da então Vila Nova Sintra. Mas, leccionaram também Edith Feijoó Barbosa, irmão de Francisco Feijoó Barbosa, Ana Fortes (ainda vivo e residente actualmente em Brockton, EUA) e Valério Fortes, ambos irmãos, transferidos de São Vicente naquela altura para a primeira escola adventista de Cabo Verde. 

De salientar que todos os professores que leccionavam na Escola professavam a fé cristã adventista, mas a Escola recebia alunos de outras profissões religiosas para as aulas de 1ª a 4ª classe.

Passaram vários anos desde que a Escola abriu as suas portas, mas coabitava tranquilamente com a Escola pública de Nossa Senhora do Monte "Escolona" até que, por motivações políticas e factuais relacionadas às revoluções independentistas, a Escola foi encerrada no decurso dos anos 70 e 71, pelo Governo Colonial.

Jaime Scoffield, irmão do Pastor Benjamim Scoffield, dava aulas e, em certas ocasiões, substituía outros professores na Escola, e o próprio Pastor, seu irmão, nos cultos da igreja. Porém, teriam sido transferidos para Praia num período excepcional em que atravessavam as várias colónicas portuguesas. Segundo testemunhos dos fiéis e ex-alunos da Escola, Jaime sustentava algumas posições políticas e emitia suas opiniões relativamente ao Regime, que eram entendidas como oposição ao Governo de então. 

Na altura, existiam a PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado), conhecida por Polícia Política. Quase sempre esses polícias se desfarçavam entre a população e prendiam pessoas que entendiam ser opositoras ao Regime. Segundo relatos, o professor Jaime Scoffield abriu-se com uma pessoa, presumivelmente amiga, e terá exteriorizado opiniões contrárias ao Regime de então. Foi suficiente para o prender e o transferir para a prisão de Tarrafal, na Ilha de Santiago. 

Com a revolução do 25 de Abril de 1974, Jaime foi liberto junto com vários outros presos, considerados de presos políticos. 

Uma história que retrata o papel da Escola Adventista na sociedade bravense e que produziu muitos frutos na história da Educação em Cabo Verde.

Este artigo fica em aberto para eventuais subsídios que fomos recebendo de pessoas que viveram e até tenham passado pela Escola. 

Portanto, entre em contacto conosco!

SS

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