Em 1838 Mindelo foi
elevada à categoria de cidade. Esta segunda-feira, 14, as gentes da ilha da
“morabeza” e convidados especiais juntaram-se no Salão Nobre dos Paços do
Concelho, para celebrar os 135 anos da história de Mindelo, Cidade-Porto.
Mindelo, referência cultural de Cabo Verde. E a cerimónia não podia começar da melhor forma: com música nas vozes sonantes de Jennifer Solidade e Tito Paris, que cobriram a sala de uma sublime sonoridade quando cantaram “Mar Azul” e “São Vicente di Longe”. Duas mornas imortalizadas pela rainha dos pés descalços, Cesária Évora, que retractam de forma intemporal a realidade e a sociedade mindelenses.
O Presidente da Camara Municipal de São Vicente, Augusto Neves, fez uma breve retrospectiva ao passado que já conta um seculo, três décadas e cinco anos para reviver a lendária história de Mindelo. Augusto também falou das fragilidades da cidade, ao mesmo tempo que referia o papel deste município em aplicar contractos e parcerias.
“No momento em que se avolumam os números do desemprego e diminuiu a prestação de cuidados sociais, a Câmara continua a ser a almofada social de todos os mindelenses que a ela recorrem. Nos tempos em que se agravam o carácter centralista do poder e de todos os investimentos públicos, este município reafirma as virtualidades da autonomia autárquica e a confiança nos seus agentes”, referiu o autarca.
O convidado Inácio Ribeiro, Presidente da Camara Municipal de Felgueiras, deu os parabéns à cidade do Mindelo, aos cabo-verdianos e lembrou os que vivem na diáspora, um povo que considera distinto e batalhador. “Espero que Portugal e Cabo Verde continuem a estabelecer boas relações. Estar presente neste momento tão nobre e distinto é uma honra", disse Ribeiro, destacando a “morabeza” tão peculiar do povo mindelense .
Mário Lúcio Sousa, Ministro da Cultura, encerrando a cerimonia, destacou o poder e a potencialidade da cultura e encorajou os mindelenses a manterem a postura de transformação na base do empreendedorismo para desenvolver a cidade e a ilha de São Vicente. “Continuem a contar com todo o meu empenho pessoal e do Governo na transformação da cidade e desta ilha...Pela cultura!”, apela.
Mário Lúcio anunciou ainda vários investimentos no âmbito da cultura para a ilha de Monte Cara. A começar por uma estrutura que vai conceder autonomia cultural a São Vicente: uma representação do Ministério da Cultura na ilha. O Museu do Mar, a Casa-museu Cesária Évora serão outros grandes acontecimentos . “Queremos guardar a memória do Mindelo e do Porto Grande, resgatá-la de melhor forma. E vamos começar já a fazer este trabalho”, garantiu o MC.
Durante a cerimónia foram homenageados dois mindelenses que "elevaram bem alto a bandeira de São Vicente". Alberto Quintino Dias, um dos fundadores do clube desportivo Cruzeiros do Norte e António da Cruz Gomes Ramos “Bick”, ex- bilheteiro do cinema Alto Mira Mar.
A Câmara Municipal de São Vicente e a Unitel T mais também assinaram protocolo de cooperação. Um "djuntamon" das duas instituições em prol do desenvolvimento de actividades de interesse mútuo, com particular incidência nas actividades em que São Vicente tem uma grande projecção cultural: carnaval, festival da Baia das Gatas e festas de passagem de ano.
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