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Casa Museu Eugénio Tavares - sua história

A Casa Museu Eugénio Tavares fica na Rua da Cultura à entrada da Pé da Rocha e já no fim do sítio do Calvário. Fica à esquerda de quem caminha para o Monte e o Caminho Novo. Tem uma situação privilegiada com uma linda vista para os confins da aldeia de Pé da Rocha, afigurando-se todo o maciço rochoso que restou da antiga cratera vulcânica onde se assenta o pequeno planalto da Vila Nova Sintra. É uma habitação tradicional e senhorial dos princípios do século XX, possuindo um pátio interior e um peitoril ajardinado à frente, onde o poeta convivia com quem passasse, sentado no meio das roseiras e madressilvas ao cair da tarde. Possui várias e amplas divisões havendo uma sala de estar outra de jantar, uma cozinha e vários quartos. 


Bem perto se situam ainda varias residências todas elas ao tempo do poeta pertencentes às famílias Leça, Azulai e Hanahory. O Patriarca dos Leças foi Aleixo Leça abastado proprietário de toda a região da Lavadura e comerciante de grande fortuna. Foi no seio dessa família que Eugénio escolheu a sua esposa, sua companheira única e fiel até a sua morte e de quem não teve filhos. Por casamento foi-lhe oferecido a casa para residência do casal. Aquando do famigerado desfalque a casa voltou a ao nome de Aleixo Leça para evitar ser confiscada pela Fazenda Publica. 

Eugénio nunca ambicionou ter bens terrenos para além de seu usofruto. Viveu das letras e por isso não foi proprietário à moda da sua época. Tudo o que possuiu foi herdado de sua família. Assim se explica porque nas matrizes a Casa Museu nunca aparece com registo no seu nome a não ser num curto período logo após o seu casamento.

Aspecto da Casa ao tempo de
Eugénio Tavares
Ela foi vendida após a morte da viúva de Eugénio Tavares, D. Guiomar Leça Tavares, à família de D. Auta Lomba filha do abastado emigrante Nho Ducio que nela viveu e criou os seus filhos até emigrarem para os EUA. Mais tarde pertenceu a um cidadão alemão que se diz ter oferecido à Câmara Municipal já havendo a ideia de uma Casa Museu.
A sociedade bravense era constituída por núcleos familiares a quem as terras foram doadas ou mais tarde compradas aos donatários. Esses núcleos tinham sempre um patriarca a exemplo de Aleixo Leça e construíam suas habitações todas em redor umas das outras. Assim temos os Senas na "aldeia" de Santana, os Feijós na Cruz das Almas, os Farias na Rua Direita, os Azevedos no Castelo.
Aleixo Leça e os Azulais eram donos da Lavadura, ao tempo um dos mais produtivos regadios cuja fonte viria a desaparecer na primeira metade do século vinte por altura dos anos vinte.

Inauguração da Casa Museu

Estátua do poeta Eugénio Tavares,
localizada nas imediações da Casa Museu,
ambas inauguradas na mesma ocasião.
Em 18 de Outubro 2006, o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, Dr. Víctor Borges também em representação do Ministro da Cultura e de todo o Governo, deslocou-se à Ilha Brava onde com pompa e circunstância, a convite do Presidente da Câmara Municipal da Brava, Dr. Camilo Gonçalves, inaugurou a Casa Museu Eugénio Tavares.
Acompanhava o Ministro, o Director do Instituto da Investigação e do Património Culturais Dr. Carlos Alberto de Carvalho, que definiu a forma como se ia processar o recolha do recheio da Casa Museu após a recuperação do edifício.
O Presidente da Fundação Eugénio Tavares, presente no ato, prometeu colaborar na recolha a exemplo do que fora feito com as obras literárias.


Fonte: Fundação Eugénio Tavares

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