Xiomara Moreira Semedo vai passar cinco semanas a estudar na Berklee College of Music, nos Estados Unidos, uma das mais conceituadas escolas de música a nível mundial. A jovem foi a grande vencedora das audições que aconteceram este fim-de-semana na Praia e que juntaram mais de 100 jovens que querem seguir carreira musical.
Visivelmente emocionada, a jovem diz-se orgulhosa por vencer o concurso e avança que os seus planos não ficam por aqui: Além das cinco semanas quer ser uma aluna integral da Berklee College e completar um curso de quatro ou cinco anos e daí fazer carreira internacional.
Xiomara Moreira Semedo tem 17 anos, estudou música na Holanda, toca piano e canta em inglês, com grande influência de Blues, Funk e Soul. E agora ganhou uma bolsa de estudos de cinco semanas para aprimorar os seus conhecimentos musicais com os melhores professores do mundo.
Em declarações aos jornalistas, Xiomara Semedo disse estar chocada, nervosa e ao mesmo tempo orgulhosa por vencer o concurso. Afinal, este talento de raízes cabo-verdianas que nasceu na Holanda, apanhou um avião para vir propositadamente participar nestas audições. Revela agora que foi um grande investimento. Quanto às suas perspectivas futuras, não tem meias palavras: quer ser uma artista internacional.
Ron Savage, representante da Berklee College e responsável do júri disse que esta foi a decisão mais difícil das cerca de 10 mil audições que já fez ao longo dos 20 anos de carreira, em cerca de 20 países. Realça assim a abundância de talentos e o grande potencial artístico de Cabo Verde.
Savage parabenizou Xiomara pelas suas aptidões mas lembrou-lhe que o sucesso desta aventura que empreende agora, entrando no Berklee College of Music só depende dela mesma. Para este baterista, o programa de estudos será muito intenso mas caberá à "talentosa" artista tirar o maior proveito da experiência e candidatar-se a outras bolsas de forma a aprofundar ainda mais os seus conhecimentos e técnicas musicais.
O músico garantiu que para se entrar na Berklee College of Music, "o artista tem que ser muito bom". "Aí ganham ferramentas para se tornarem eles próprios. Não esperem que ela saia das aulas uma Cesária Évora, ela deve encontrar o seu caminho e fazer a sua música", afiançou.
Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal da Praia, Ulisses Correia e Silva, parabenizou orgulhosamente o jovem talento de origens crioulas. Entretanto, adverte que embora o potencial artístico seja algo praticamente nato nos cabo-verdianos é preciso aprimorar os requisitos globais. Para Correia e Silva, conhecer os fundamentos da música e o domínio da língua inglesa escrita, falada e lida são requisitos obrigatórios.
O edil praiense concluiu aconselhando os jovens artistas cabo-verdianos a investirem na sua profissionalização.
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