Já trabalhou com artistas como Dr. Dre, Eminem, Jay-Z, entre outros. Já recebeu três Grammys. Chama-se Dawaun Parker é produtor e teclista e encontra-se em Cabo Verde pela primeira vez no âmbito da Atlantic Music Expo e do Kriol Jazz Festival. O que nem todos sabem é que as suas origens são da ilha Brava.
O convite para visitar Cabo Verde, no âmbito da Atlantic Music Expo e do Kriol Jazz Festival, foi lhe dirigido pela Câmara Municipal da Praia. A intenção do produtor musical e teclista Dawaun Parker, 29 anos, é sobretudo partilhar a sua experiência. “Assim que soube desta oportunidade fiquei muito entusiasmado em poder ser uma espécie de embaixador e ajudar na promoção da educação musical. ”
Dawaun é formado pelo Berklee College of Music, aquela que é considerada “a maior faculdade independente de música do mundo”.
É a primeira vez que está em Cabo Verde, mas as suas origens são da ilha Brava, terra dos seus pais, explica Dawaun. Não é desta que vai conhecer a ilha, mas promete regressar, quem sabe em breve, para descobrir ainda mais sobre as suas origens.
Este jovem cresceu em Providence, no estado de Rhode Island, nos EUA. “Desde sempre convivi com pessoas de Cabo Verde”, conta Dawaun já que cresceu numa comunidade com ligações ao arquipélago. “Sempre soube das origens dos meus familiares e sempre quis vir cá.”
Desde a sua chegada teve oportunidade de conviver com outros músicos e já fez inclusive um workshop sobre educação musical, juntamente com Jason Camelio da Berklee College of Music.
Entre as suas referências da música cabo-verdiana é incontornável o nome de Cesária Évora. Mas desde que chegou ao país tem feito maior investigação por novas tendências musicais. “Estou ainda um pouco limitado, mas justamente por isso que quero aprender o máximo possível sobre os diferentes géneros (musicais).”
O produtor e teclista vai aproveitar durante a sua estadia para conhecer outros artistas e profissionais da área da música, de onde podem surgir novas parcerias. “Estou sempre aberto a colaborações”.
Perfil
Dawaun conta que começou por se interessar pela música ainda na adolescência. “Acho que aprecio música desde pequeno. Às vezes ficava aborrecido quando os meus amigos cantavam mas não acertavam no tom da música que passava na rádio (risos). ”
O jovem conta que começou por tocar bateria. Chegou inclusive a fazer parte de uma banda no liceu. Mas o interesse pelo piano levou a melhor e Dawaun acabou por se interessar pelo teclado ou piano electrónico. “Na altura já sabia que queria fazer a minha carreira na música”.
Na altura de escolher uma universidade, Dawaun não hesitou e optou pela Berklee College of Music, que fica em Boston. “Só me candidatei para essa faculdade. E até consegui uma bolsa ”.
Ainda estava na faculdade quando teve a oportunidade de conhecer um ‘manager’que trabalhava com artistas em Nova Iorque e que mostrou uma gravação de Dawaun a tocar para uma grande produtora. “Até fomos a Nova Iorque de carro para tocar lá alguns temas, mas depois nunca mais recebi notícias (da produtora). ”
Mas a vida é feita de coincidências e no dia em que Dawaun preparava-se para sair do lar da faculdade, recebeu uma chamada do ‘manager’. “Ele disse-me que há anos que tentava conseguir o meu número e que queria falar comigo porque o Dr. Dre precisva de um teclista para a sua equipa de produção. Apanhei o voo no dia seguinte.”
O jovem acabou por receber uma proposta de trabalho do rapper americano e assim começou uma carreira de sucesso no mundo da música. “Tenho tido muita sorte”. Entre os nomes dos artistas com os quais trabalhou constam: Jay-Z, Eminem, 50-Cent, Busta Rhimes, entre outros.
Ainda não chegou aos 30 mas já tem na prateleira três Grammys, dos mais prestigiados prémios da indústria musical a nível internacional. Dois recebeu em 2009, quando coproduziu o single de Eminem feat. Dr. Dre e 50 Cent “Crack A Bottle”, que venceu um Grammy, e depois o próprio álbum de Eminem, Relapse, recebeu outro Grammy enquanto Melhor Álbum de Rap/Hip Hop.
Depois em 2010, novamente ao trabalhar com Eminem, cujo CD “Recovery” recebeu mais um prémio. “É bom até terminar”, diz com um sorriso o produtor, sobre a sensação de vencer três Grammys e acrescenta que os prémios não aumentam o salário mas abrem, sem dúvida, algumas portas, dando lugar a novas oportunidades.
Hoje em dia, Dawaun possui uma pequena produtora nos EUA e já lançou o seu primeiro artista - Phil Beaudreau, um músico que também estudou na Berklee College. O seu próximo passo é a internacionalização. “Espero contribuir a nível musical e inspirar as pessoas, especialmente os mais jovens, a seguir o caminho da música”.
Muzika
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