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1 - BRAVA - CAPITAL DA CULTURA -

Atividades culturais na Brava à deriva por falta de plano estratégico


Olá meus queridos leitores,

É importante aqui refletirmos sobre as atividades culturais substanciais dentro de um plano estratégico de desenvolvimento, fomento e execução. Um plano que inventarie todas as ações possíveis de execução, todos agentes culturais, grupais ou individuais, sejam teatrais, musicais, de dança, as coladeiras, os tamboreiros, da culinária, etc.
Um trabalho exaustivo que se afigura extremamente útil e indispensável num exercício estratégico de planificação a curto, médio e longo prazos em várias vertentes culturais.

Com isto não me refiro a planos de atividades que normamente as câmaras municipais elaboram anualmente. Estes são limitativos. Aliás, apresentam um conjunto de possíveis actividades para um ano, mas um plano estratégico trará mais amiúde as propostas de actividades, os objetivos que se pretendem, os recursos necessários e as potenciais parcerias a curto prazo. Um plano que congregue o que é a política cultural nacional e local.

Basta a ver que hoje é o Dia Mundial da Poesia. Mas, como está a poesia? Que atividades se conseguiu fazer para marcar esta data tão importante? Infelizmente isto é o cenário da realidade cultural vigengte.

A música está ou não de boa saúde?

Algumas vozes se despontam na ilha. Outras podem aparecer. Estão algures à espera de uma...(sei lá!) um dedo ou uma mão, um encorajamento. Aprendizagens empíricas que podem ser transformadas em algo mais elaborado e suscetíveis de aperfeiçoamento substancial no contexto de novas aprendizagens e valorização.

Mas teremos que esperar por vozes desse jeito ou fomentar valores vocais através de ações concretas? Sessões de treinamento vocal, uma alternativa ao fomento de novos talentos. Por que não? 
Violinistas desapareceram. Raros são os guitarristas. Pianistas raríssimos. Um grupinho de tocadores de viola de 12 cordas, mas também em vias de extinção. Alguns bem poucos tocam cavaquinho. Acordeão, dois ou três.

Faltam recursos em equipamentos sonoros. A Ilha carece de músicos e instrumentos musicais. Sem falarmos de uma escola de música, de conservatórias 

Que tal um plano de ação de aprendizagem de instrumentos musicais para diferentes faixas etárias, principalmente as crianças e jovens? 

E os grupos culturais? 

Não há grupos culturais ativos. Grupos que mensal ou trimestralmente apresentam planos de atividades culturais e ações concretas.

Como vai o artesanato? 

Faltam formação, materiais e muito mais. 
Temos potencialidades: há recursos naturais e de desperdício que podem ser aproveitados. Falta Mercado para aquisição de ferramentas adequadas, fomento de valores artísticos e de saída dos produtos. Não existe canais de distribuição com vista ao consumidor final das produções.

Digam-me se perante este quadro de agonia cultural não se torna urgente a elaboração de um plano estratégico perfeitamente exequível? Digam-me, pois, se não é extremamente necessário e emergente ações concretas de ressurreição da nossa cultura? Digam-me se isto não preocupa os actores políticos e culturais locais e nacionais que vão além de eleição da Brava a Capital da Cultura?

Ações paliativas e de uma gestão corrente dos procedimentos não devem constituir um recurso continuado e sistemático no cômputo geral das atividades culturais. Há que planificar, executar, avaliar e compartilhar as ações com vista a melhor envolvência dos potenciais recursos humanos e materiais existentes. 

Teremos de agendar um encontro urgente com principais intervenientes culturais para, entre outros assuntos, refletirmos, projetarmos ações com vista a organização de eventos culturais nas diferentes localidades da ilha Brava. 

O tempo urge!

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