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Celina Pereira apresenta "Contos e Cantos" no Sal

A cantora cabo-verdiana, Celina Pereira considerou hoje no Sal que a ilha está a dar o exemplo de como os artistas ou as figuras da cultura cabo-verdiana devem ser veneradas, respeitadas.
Esta afirmação vem a propósito da sua vinda ao Sal onde é a convidada especial da V Semana da Educação que decorre desde segunda-feira e termina sexta-feira, 06, sob o lema "Educar com a Música".

Durante esta semana a artista que tem apresentado sessões de "Contos e Cantos" à camada infanto-juvenil, particularmente alunos do Ensino Básico Integrado (EBI), nas cidades dos Espargos e Santa Maria, através de cantigas, jogos, e estórias sobre a tradição oral de Cabo Verde, manifesta-se encantada com o feedback recebido.
"O contacto com as crianças ajuda-me a diminuir as mágoas que muitas vezes guardo. Que coisa melhor é que eu quero do que a resposta de interacção das crianças que, por exemplo, cantam a cantiga do blimundo… As sementes ficam lá e vão germinar", acentuou Celina Pereira.
A artista felicitou a Câmara Municipal do Sal pela iniciativa e manifestou-se disponível para o seu país e qualquer lugar do mundo no sentido de dar o seu contributo, levando o seu conhecimento, saber e aprendizagem constante sobre a cultura tradicional cabo-verdiana.
Considerando-se mais valorizada lá fora do que no seu próprio país, Celina Pereira, criadora do projecto "Cantos e Contos", um património oral, de cantigas de roda, casamento, mornas da Boa Vista, de Eugénio Tavares, B.Leza, Jota Monte, disse que Cabo Verde anda um pouco distraído daquilo em que "realmente" deve focar.
"Há muito barulho à nossa volta, há muita coisa que nos distrai… mas aquilo que me move é Cabo Verde", frisa a artista que já contou estórias na Itália, (onde recebeu o seu primeiro prémio internacional), Estados Unidos, Holanda, Portugal, mas dez anos depois do seu trabalho "Estória, estória" (em 1990) ter saído, lamentou, não contou essas estórias em Cabo Verde.
"Os jovens é que me vão dando alento para não parar. Não posso parar. Aquilo que me move é Cabo Verde, uma missão que tenho que cumprir com o meu país, e não a opinião de quem governa ou quem manda", sublinhou.
Celina Pereira elogiou a organização dos CVMA que a distinguiu com o Prémio Carreira CVMA 2014, o qual recebeu com emoção das mãos da Primeira-Dama de Cabo Verde, Lígia Fonseca, no momento em que se assinalava mais um Dia Internacional da Mulher Cabo-verdiana, 27 de Março.
"Não estava à espera. Foi com grande prazer porque este prémio me foi dado por um grupo de jovens… não foram os velhos do Restelo que me deram o prémio … é que não dariam, com certeza. Mas por um grupo de jovens preocupados com o futuro, com a educação, a memória e a preservação do património. Reconhecem que aquilo que eu faço é válido", enfatizou.
A artista que vive em Portugal há muitos anos e não "pára de fazer coisas", tem outros projectos em mira, desejando editar um disco, recuperando a memória musical da Boa Vista que tem sido apoiado e patrocinado pela autarquia local.
"Já está pronto em termos de estúdio. Eu e o Kim Alves terminamos este projecto que celebra Jota Monte, cantando as suas mornas. Humberto Ramos é meu parceiro neste projecto", anunciou Celina Pereira, destacando, por outro lado, um conto inédito de sua autoria, de forma bilingue, que também vai ser dado à estampa, brevemente.
Muzika

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